De novo entre os pesos pesados! Não como Palhastro, mas Beto Brandão...
Agradeço a Puta, pelo convite; peço licença ao José Vasconcellos Dias Jr. e a Neide.
Esta poesia é do meu livro, Perdões e Letais Tentativas de Bancar o Herói.
IV
Mas agora eu não sou mais natureza.
Tem uma enxurrada alagando-me.
Levando o meu lixo consigo, trazendo
O lixo dos outros e estragando o meu jardim.
Minha antiga liberdade de voar
Agora é este lodaçal de fatos que eu não encarava
Agora monturados em todo lado
Envolvendo a inutilidade até o que já era inútil
Fodendo com tudo o que era bonito
Devolvendo-me a tudo de mais paupérrimo
A ancestralidade ainda sem capitalismo
Um agrupamento molhado e morrendo de fome
Tremendo de frio e susto
Porque a vida é tão agreste sem uma cama
Um teto, um dinheiro no banco
Ou monitores que me mostrem a mim no mundo
Desabrigado, abraçado ao meu corpo fora de forma
Com cara de quem não quer ser um animal.
Essa enchente que promete restaurar o mundo
À sujeira, fedor, lama, fertilidade, paganismo
Onde teremos de reconstruir tudo
E as sutilezas terão ouro valor
E a carne será o único recurso, moê-la trabalhando tanto
E dormindo muito bem, de cansaço e não drogas ou ervas normais e desconhecidas.
E sabendo que nada, nem o amor, vive sem dinheiro.
* * *
Espero que tenha gostado! Até a próxima!
Seja Bem Vindo, a casa é sua
ResponderExcluirDa cadeia para o puteiro não mudou nada, né?
Manda bala meu filho
Beijos da vagabunda