O PARADOXO DE PINÓQUIO



Recebi de um queridíssimo amigo "o paradoxo do Pinóquio", trata-se de uma imagem onde a mais conhecida escultura de Gepeto, olhando para o observador diz, com um sorriso: "Agora o meu nariz vai crescer!"


O hilariante de início torna-se o intrigante em vários níveis da nossa sociedade.

Sim é um paradoxo, pois se o bonequinho diz a verdade através daquela afirmação, é certo que o nariz não crescerá, pois é essa a sua maldição: ver o nariz crescer a cada mentira!

Então lá fica o infeliz, sendo sincero com seus desejos, mas, de forma alguma, conseguindo seu intento.


E vocês sabem onde existe, aos borbotões, às pencas, de mãos cheias, esse mesmo paradoxo?


Na po-lí-ti-ca!


Não, por favor, não gargalhem pensando que todos os políticos são Pinóquios ou coisa que o valha. Se eles são, aproveitam-se bem do fato de a estória sobre o nariz não passar de uma lenda. Pelos castelos, mansões e fazendas que temos lido ou ouvido falar nesse primeiro trimestre de 2009, o velho Gepeto teve muito trabalho em seu atelier, mas muito trabalho mesmo, até acho que ele bem precisou de uma ajuda do velho Ford com sua indefectível “linha de montagem” para suprir a demanda.


Mas o dito paradoxo é muitíssimo mais complexo do que se imagina. De como um político, com verdadeiras boas intenções, ter de agir de forma obscura por vezes, a fim de, no tempo certo, atingir seu objetivo primal.


Se, por um acaso, estou inventando desculpas para esse ou aquele cidadão?


NÃO! NÃO ESTOU NÃO!


Verdade é que realmente conheci e conheço uns poucos cujas posições, quando muito duvidosas, estão ali em busca de um açude para seu território, o asfaltamento de uma estrada em sua região, o aprofundamento em determinado círculo que lhe possa proporcionar a chance de desbaratar um problema nacional ou mesmo estar em melhores condições de apontar o nome mais significativo para um cargo no Senado ou mesmo na Presidência de nosso País.


Mas ali está o dito paradoxo, o político que deseja desempenhar sua função honestamente, age de forma “honestamente criminosa”, compactuando com essa ou aquela lei que, no fim das contas, não ajudará o povo de determinada região, mas, por outra, irá fazê-lo credor de votos para aquele seu açude, em terras da União que proporcionará uma vida melhor a um punhado de pequenas cidades ao redor ou daquele asfalto que levará mais oportunidades aquelas pessoas de um pequeno grupo de lugarejos.


Estranho?


Não! Apenas político!


Para quem leu o artigo: “Ética – primeira parte”, no site da RAFROM (www.rafrom.com.br). Está lá muito bem dito: “O ato moral supõe a solidariedade, a reciprocidade com aqueles com os quais nos comprometemos (não é um ato solitário e sim solidário).”
- aliás você pode encontrar alguns outros textos meus por lá, os de educação, ao menos até o momento, são meus. Tem também uma fábula que eu recomendo para qualquer um que queira rever sua posição no mercado de trabalho, a "fábula do ignorante e dos presunçosos".

Podem encontrar solidariedade maior em se violentar nos seus princípios, em prol de algo melhor para seus pares?


Você que gargalhou até aqui, pense novamente e responda: O que você seria capaz de fazer pelos seus? Ou ainda: Você tem certeza que o famigerado “senso comum” (coisa pequena e que nivela a todos por baixo, o mais baixo), de que TODO POLÍTICO é rico é uma verdade incontestável?


Pois então sugiro agradáveis momentos frente a algum computador com uma boa base de pesquisas (A internet, é claro! E longe das declarações de receita, mas bastante próximo dos históricos pessoais!), para comprovar como essa visão é míope
.

Como disse alguém certa vez, o político não pode ser julgado pelos padrões das pessoas comuns, e eu reitero e somo: O BOM político não pode ter essa mesma medida, a de uma pessoa comum!


Ou você que me leu até aqui se acredita capaz de manter o "sangue de barata" durante dois ou três anos até ver sua tão sonhada verba liberada para aquele asfaltamento ou saber que somente depois de uma reeleição seu nome será visto com o respeito necessário por seus pares e o povo que confiou em você até ali terá de se conformar em aceitá-lo de novo?


Até a próxima!

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