FESTIVAL DE ÁGUAS CLARAS


Ah! E se alguém souber quem é a mina da foto...



"Fui no festival de (...), a coisa mais linda que já vivi!
Umas 30.000 pessoas acampadas, sem violência alguma e muuuuita alegria e amor entre todos...
Os artistas chegavam de helicóptero, por causa da chuva...
Três dias debaixo de chuva, vi o Raul, mas só conseguiu cantar 2 músicas, esqueceu as letras, a Sandra Sá foi impedida de cantar pela platéia, e ás 6 da manhã, João Gilberto fez a platéia se calar para ouví-lo.
No útimo dia, domingo, a platéia invadiu a cidade, que não tinha comida para todo mundo... Surreal!
Foi INCRÍVEL!
Se alguém também foi, faça contato...
Maior experiência da minha vida! Realmente um Wodstok nacional..."
Salomão Jr.


Eu estive lá!
De fato foi uma experiência transcendental.
Nunca mais no Brasil vai acontecer igual.
Chines*


Foi uma experiência tão transcendental e radical em minha vida que, depois do festival, decidi não trabalhar nunca mais.
Anônimo


Também estive lá. Foi um acontecimento. A galera da faculdade ficou se mordendo por não ter ido. Me lembro que acharam uma foto aérea do festival e, nesta foto, acharam meu fusca (placa XG-0182) não me lembro em que revista saiu. Se na Veja ou Manchete. Se alguém tiver, me manda, ok? Um abração a todos que viveram o festival e aos gostariam de ter vivido também.
Alberto Marques


Também estive lá, eu e mais dois amigos. Foi uma aventura muito doida...Saímos de Chapecó-SC de carona, buzum e até andamos a pé uma parte do caminho no Paraná. foi uma experiência incrível ter paraticipado no evento mais badalado do início dos anos oitenta.Restaram lembranças e imagens congeladas. (fotos)
Quanto ao desenho, muito bom, lembra a capa de um disco do Santana.
Júlio Farias


1981
Sai de sampa, fui de moto, Tomei banho nu na bica com outras pessoas h e m, como se estívessemos em nossas casas sosinhos.
Em todo evento não fiquei sabendo de nenhuma confusão, porque todos estavam numa vibração de muita paz e felicidade.
Era divertido ficar sentado a beira do lago, e ver o desfile de corpos nus, uns engraçados, outros inesquecíveis, como das meninas que desfilavam seus corpos lindos sem pudor algum.
Todos estava muito a vontade, foi uma experiência única que jamais esquecí.
Conheci cada figuraça, e acho lembro de ter visto um carinha desenhando esse desenho ai de cima.
Quando chegou a hora de ir, arrumei as coisas, subi na moto e fui saindo bem devagarinho.
Na saída da fasenda, foi surreal, a imagem de um batalhão de policiais militares, um ao lado do outro em formação, a nos observar serenamente, talvez a nos invejar.
Uma tarde maravilhosa de sol, a estrada rodeada de bambusais, ao longe a imagem turva de uma multidão de andarilhos, que aos poucos percebe-se, caminhavam todos nus.
Nosso grupo era de umas vinte pessoas, uns de moto, outros de carro, uns amigos de longa data, outros novos.
Chegamos a uma cidadesinha, estávamos com muita fome.
Vi um hotel, desci da moto e fui lá para ver se tinha algo para comer.
Quando entrei, do lado direito havia um salão, com a mesa repleta de comida.
Falei com o recepcionista que tinha umas vinte pessoas
para almoçar, e consegui um precinho super camarada,
Foi muito legal ver a cara do pessoal quando iam entrando e vendo aquela mesa maravilhosa, uma benção depois das muitas refeiçõesinhas modestas que fizemos.
Isso é um pouco do que vivi naqueles dias maravilhosos, que recordo com alegria, e muita saudade.
Um grande abraço a todos.
Marcus Bachili


Foi bom demais, tinha 15 anos e fui com uma amiga, saímos do Rio em um ônibus para SP, crente q era perto... bem daí foi carona, um perigo?! 2 garotas sozinhas! Muito bom, sem lenço, sem documento, dormimos em carro emprestado, em cobertores emprestados. E a volta, a volta rolou toda de graça pela prefeitura de lá até SP, fizemos amigos no trem, dormimos em SP, carona para o Rio (direto para Copacabana)mas paramos em Rezende e mais carona para Visconde de Mauá! Já quase sem dinheiro.
Uma aventura inesquecível!!!
Anônimo


Fui um dos organizadores (trampadores) do Festival de 81. Tabalhei no Palco como faz-tudo. qdo num dava, num fazia nada. Ajudei o Raulzito a subir no palco, de tão ruim q ele tava... digo, ruim de bom...
Em breve será lançado oficialmente nos cinemas (alternativos),o primeiro documentário do Festival de Aguas Claras (81). vamos aguardar, já que junto com o filme com certeza deverão ocorrer diversos eventos. Oportunidade para revermos a todos e a tudo.
Almyr


"Fui com meu fusquinha vermelho e quatro amigos. No caminho encanei que ia ter blitz e como todos tinhamos cara de malucos achei que iríamos ser revistados. Convenci a todos a me dar tudo para eu por na miha calcinha porque era a única mulher do carro. Depois de uma parada em um posto de gasolina, voltamos para a estrada e alguém decidiu fumar. Foi quando me toquei que tinha ido no banheiro e esquecido completamente e perdido tudo. Queriam me matar, mas chegando lá encontramos os amigos e não faltou nada. Era tudo liberado e fumavamos baseados em frente aos policiais. Me lembro do festival em flashes porque não fiquei careta nem um minuto, mas nunca vou esquecer o astral de paz e amor e a liberdade que tivemos naqueles três dias."
celmoraes@ig.com.br


Eu e minha namorada compramos o o ingresso da agencia do Unibando, e fomos de carona, eu 17 e ela 16,foi tudo de bom, curtimos todos os dias, vimos, Raul, Gil, com lua e estrela, vimos tudo muito, rodamos por todos os lugares, na volta foi de trem, até São Paulo, super apertado, pegamos água em saquinhos que nem de leite num barzinho da ferroviária de Bauru, o japoneis ficou louco.
Foi tudo muito bom, fumei muuuiiito!

Curti tudo de bom, valeu, beijos a todos que foram e tem uma lembrança legal, para deixar, paz a todos nós precisamos muito.

helderpachecoferreira@hotmail.com.br


Eu fui nesse festival em 1981. Foi uma experiência única. Sempre gostei de festivais, malucada, já fui um pouco hippie. Então, vou contar esta viagem: (do que lembro, porque ficava mais doidona do que lúcida)
Um amigo chegou à minha casa com o cartaz do festival. Preguei na parede e falei: EU VOU. Não sabia nem pra que lado ficava... No dia 04/09 eu fui a Campinas, encontrei minha galera lá e combinamos de ir juntos.
Às 9 da noite pegamos o trem... Que loucura! Tava lotado de malucos. Tinha gente deitada até em cima, onde põe as malas... Todo mundo fumando um beck, muita gente com violão, cantando, foi uma festa!
Chegamos a Bauru ou Jaú (não lembro ao certo) o dia tava amanhecendo. E agora? Ir como, pra fazenda? O trem não ia ate lá... Mas pra nossa surpresa o prefeito pôs ônibus de graça pra levar a galera, porque era muita gente chegando, uma invasão! No ônibus entravam primeiro as grávidas e as crianças... Menti que tava grávida, estufei a barriga e o motorista acreditou. Assim que o busão começou a andar já acenderam uma tora e vamos que vamos... tudo era lindo! O motorista só dava risada...
Bom, chegamos: que decepção. Policia federal, policia montada, o escambau. Pensei: fudeu! Mas que nada, eles tavam ali para ajudar e não para atrapalhar. Lembro que pagava um barão (mil Cruzeiros). Ficamos ali na cerca matutando se entrava ou não, tanta policia... Mas logo um carinha que tava vigiando a cerca falou: se quiser entrar sem pagar é só descer por aqui e atravessar um laguinho... na hora né? Rsrs... desceu uma cambada , entramos sem problemas e sem pagar! Chegando lá já tinha gente na cachoeira, nadando na lagoa, alguns nus, outros seminus, mas pra mim era uma coisa normal, já fui esperando por isso. Entrei no clima, tirei a roupa e caí na água... Rsrs... tava de barro ate a canela.
Bom, fomos armar a barraca, era barraca de mais. Muita gente e chegando mais... o palco já tava montado, muitas pessoas em frente, tinha uma barraca grande de lanches, um balão enorme que era uma calça jeans da Levi's.
Bom, isso era umas 11hs d manhã. Daí a pouco descemos pra perto do palco... Ficamos ali fumando um, conversando, admirando as pessoas bonitas e diferentes, curtindo aquela paz. À noite o show começava, a galera deitada enrolada nos cobertores e o som rolava até de manhã.
Tinha um serviço de auto-falantes que anunciava tudo, desde nascimento de criança até onde tinha droga pra comprar... era tudo liberado, mas sem bagunça, sem brigas, sem baixarias, todo mundo se respeitando e se ajudando.
Os dias corriam assim. Ficava até de manhã assistindo os caras, terminava ia pra barraca dormir, a tarde saía pra dar um role, rangava, fumava, tomava banho na lagoa, fazia amizades... Ficava nas rodinhas vendo o pessoal tirar um som de violão, de flauta... era só curtição.
As apresentações eram uma surpresa o tempo todo, pois eu nem sabia ao certo quem ia se apresentar. Lembro que odiei o Gilberto Gil nesse dia: ele chegou muito estrela, ficou tocando a introdução da música "Palco" e ele não aparecia, quando apareceu já veio cantando, não interagiu com a galera (como todos fizeram) e saiu fora. Foi vaiado, claro!
Pra mim o Hermeto Paschoal foi o melhor de todos! Ele fez de tudo lá... imitou boi berrando, cachorro latindo... rsrs... foi um sarro! Interagiu o tempo todo... gostei muito (claro) do Raul (mesmo que ele tivesse caindo de bêbado eu ia amar, porque sempre amei aquele maluco! Da Tetê Spindola (foi vaiada também) mas eu curti o show dela... o Moraes Moreira também foi massa! Não me lembro muito dos outros... rsrs... esses que marcaram mais pra mim.
Lembro também que nasceu uma menina lá, anunciaram no auto-falante que ela se chamaria Luana, em homenagem a lua cheia que brilhava de noite e de dia também! O tempo era assim: de dia um sol enorme, alaranjado, a lua ficava no céu, não ia embora, muito calor. A noite uma lua de tirar o fôlego, um pouco de frio mas nem uma gota de chuva, foi tudo perfeito!
Difícil era achar a barraca pra dormir... rsrs... eram tantas... eu amanhecia cada dia numa, e assim outros dormiam na minha também... tava tudo certo, nãoo dava nada... ali éramos todos irmãos, todos se ajudando, dividindo o que tinha... um sentimento de solidariedade muito lindo! Muito respeito também. Lembro que neste festival houve apenas 2 pessoas presas: uma porque tava passando Barão falso e a outra porque fugiu da cadeia e foi... rsrs...

Lembro que acabou o festival e o povo não ia embora, ninguém se conformava de ter acabado, queríamos mais... aí começava as improvisações: houve até uma "procissão da maconha" foi muito engraçado... kaka... No quarto dia já não tínhamos grana pra comer... sabe o que a gente (eu e o pessoal que tava na mesma barraca) fazia? Catava garrafas, enchia o fusquinha e ia vender em Iacanga ou trocar por comida... e assim fomos ficando... numa noite os donos da fazenda ofereceram pra nos uma canja (canja mesmo, de galinha) acho que eles não viam a hora da gente sair dali... kaka...
Bom, resolvemos ir. Na estrada em frente a fazenda tinha muita gente sem condução, os policiais paravam todo carro que passava e ia colocando gente... em cima das carretas, dentro dos caminhões baú. Eles abriam os caminhões e se tivessem vazios enchia de neguinho. Eu não tinha pressa pra sair de lá... Tudo era muito bom... acho que fui umas das últimas. Nesse dia a policia deu pão pra nós, com café... rsrsrs...
A volta foi isso que já contei. De Bauru pra Campinas voltei num trem lotado! Uma viagem linda, o trem passava em quintais... muito massa! Dentro do trem perdi minha bota, cheguei descalça na estação... mas que que tem, né? O coração e a cabeça tavam feitos!
Foi uma coisa que nunca mais acontecerá igual. Agradeço a Deus por ter ido nesse festival e ter comungado com milhares de pessoas a mesma sensação dos que foram ao Woodstock. Ainda guardo com muito carinho algumas fotos que tirei lá...
Abraços....
Sol

Comentários

  1. Pqp, tambem estive lá
    Não preciso falar mais nada, o pessoal já disse tudo
    Beijos

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  2. Yá, yá: yó tambíem lo estaba. I estaba mucho. Quem viu, viveu.
    Em 1975 não deu, tinha 13 anos, pôxa.
    Mas fui, eu e Suicídio, em 81. Lá encontrei Zaba, Ruth, Alcir (que já morreu), Amadeu (que também já bateu as botas) e otras personas.
    E conheci também muita gente.
    E que som doido o Gismonti naquela noite estrelada de frio imenso!

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  3. Fomos em cinco amigos de Taboão da Serra(Grande SP)num Fuca 66 com pneus slick.Foram sete pneus furados e no fetival ainda perdemos as chaves do carro.Resultado voltamos com ligação direta e quase sem gasolina. A viagem foi uma aventura e o festival demais.Nunca vi tanto louco junto. muita paz, amor, barro e frio. Que saudade. Tinha dezessete anos e o mundo á minha frente.

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