O NEGÓCIO É MALHAR

Muito bem então, vamos lá, me diga você aí: Quem é que presta nesse País?

Sim! Por que se formos nas águas que fluem caudalosamente nos rios de fofocas e "disse-me-disse" da imprensa nacional - olha, eu estou sendo específico, sim: "imprensa nacional" -, se formos por aí não sobra ninguém, não sobra ninguém mesmo, até a menina que morreu por causa de um crachá é condenável (falo pelo que já li por aí), ela não tinha nada que pedir nada, afinal, como manda o regulamento das polícias por aí e por lá no Rio de Janeiro, não devemos e nem podemos esboçar qualquer ação reativa, no caso de uma assalto, certo? É!... Deve estar certo, mesmo, sei lá, afinal não existe - em nenhum lugar do País - um verdadeiro policiamento ostensivo, então deve ser por aí mesmo!

Mas vamos voltar à pergunta: alguém presta nesse País?

A imprensa de um estado tem sérias restrições ao povo de outro estado quando estampam matérias de violência e/ou futebol, se os governos forem de partidos opostos então nem se fala, é mais fácil dar cores fortes e "picantes" à violência em outro local e minorar as matérias sobre os crimes em seu próprio quintal. Aliás, essa mesma imprensa é, visivelmente, fragmentada em tantos pedaços quanto existem facções políticas no cenário da legislação pública brasileira e, cada uma a sua vez, ou em sua mídia preferida, "caem de pancada" em cima deste ou daquele político conforme as necessidades de seus empregadores ou motivos tão espúrios quanto.

ATENÇÃO! É claro que temos profissionais exemplares na imprensa brasileira,
isso é obviamente indiscutível, mas, como em toda profissão, existem exceções.

Mas acontece que eu não estou aqui para atacar a imprensa brasileira, nem os políticos brasileiros ou alguma atividade específica seja ela qual for mesmo porque a idéia é, justamente, questionar o porquê o brasileiro, como povo, consegue tornar qualquer um que se projete como ícone seja ele político, administrativo, cultural ou, até mesmo, artístico - porque, sim, aqui são duas coisas diferentes, sim.


Você teria essa resposta? Ou melhor, você também “malha” o deputado - seja lá de que partido ele for; o atleta - tenha ele conseguido uma medalha ou não; o seu gerente - quer ele tenha ou não seus motivos técnicos para agir da maneira como age; o seu colega de trabalho - porque ele não se barbeou hoje; ou aquele artista que tem a maior pinta de ser homossexual? E por que criar problemas com alguém devido a sua opção sexual?

Você está me entendendo? Eu estou querendo compreender por que nós brasileiros estamos SEMPRE dispostos a criticar o próximo, principalmente quando "o próximo" é brasileiro - porque, realmente, nós SEMPRE estamos prontos para isso, e estamos mesmo!

O que você acha?


Será cultural?... Mas que diacho de "cultura" é essa que se locupleta com o decréscimo alheio?

Será social?... Mas então, estamos mal parados como Nação, não é mesmo?


Será histórico?... Mas encontramos isso distintamente em nossa História? Desde sempre somos assim?


O "histórico" bem poderia lastrear tanto o "cultural" quanto o "social".


Seria um lenitivo pensarmos que somos "produto de gerações"? Que somos o que somos por uma histórica imposição do meio?


Mas estamos falando de fofoca, de denegrir a imagem de quem nunca conhecemos pessoalmente e até de quem conhecemos pessoalmente, de falar mal por hábito... Dá para acreditar? Por hábito!

Eu, sinceramente acredito de coração que essa nossa posição (porque TODOS nós fazemos isso uma hora ou outra), tende a diminuir nossa Nação bem como ajuda um bocado a tornar um hábito as mazelas que "criticamos", mesmo sem sabê-las verdadeiras nesse ou naquele indivíduo, e criticamos, quase sempre, sem olhar para nós mesmos.

Quer saber? No final, esse artigo está mais para um pedido de introspecção da sua parte - e sempre da minha também, é claro: Se deixarmos que essa postura - tão comum entre nós - se perpetue, então de que adianta esperar ou torcer por um país melhor?



Até a próxima!

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